domingo, 29 de junho de 2014

Vitória e Vergonha



Não gosto de futebol. Menos ainda de ser minoria oprimida pela maioria. Tenho um amigo que viajou para Austrália a fim de se livrar da balburdia brasileira da Copa. Como não tenho dinheiro para tanto, reduzi-me ao retiro do lar onde o televisor está sempre desligado. O que me chega da rua é um pouco do som de vuvuzelas e alguns rojões que assustam meus cachorros. Enquanto tantos tolos correm nos campos atrás de uma única bola, os que foram aos estádios começam por xingar nossa presidente e instala-se um clima de ludibriar a vigilância para assistir o jogo de graça. Os que pagaram alto preço por um ingresso, sujam os estádios como porcos em seus chiqueiros, e então, grupos de japoneses fazem a coleta da imundície brasileira para levá-la ao lixo. Este fato constatei na internet, e tive vergonha. Também odiei as atitudes racistas e as homofóbicas que se fizeram presentes em vários jogos.

Não creio que o Brasil possa levar o título.Se o fizer, será mais sorte do que talento. E, mesmo que ganhe, o que será o país no Day After? Estaremos todos pagando caro a péssima condução que nos leva ao trabalho. Voltaremos às linhas de produção, às escolas, aos estabelecimentos comerciais e o valor do Real será o mesmo de todos os dias, comprando cada vez menos. Os professores continuarão a domesticar os alunos e, então começará uma outra empreitada: a Campanha Eleitoral. Os resultados da Copa serão certamente usados como instrumento da situação ou da oposição, mas, nós eleitores nada temos a ver com isso. Não chamamos este evento para cá nem respondemos pelos gastos que ele nos trouxe. Mesmo assim o dinheiro público foi utilizado para gastos que nem sequer foram decididos pela Senhora Presidente. Foi a herança maldita do governo anterior, mas o barril de cachaça terá tirado seu time de campo, pois há outros que podem ser fritos em seu lugar.

Nos últimos tempos só houve oportunidade de mandar uns poucos para a Papuda. Agora, falta mandar a escória do PSDB que tem tantos escroques quanto o PT. Quando eu era professora do Mestrado na UFRJ, tive uma aluna que era professora da rede em São Paulo mas tirava continuadamente licenças médicas para permanecer no Rio de Janeiro. Indagada sobre essa "facilidade",ela prontamente respondeu: "Lá no Vale, onde moro, tem um médico fazendo carreira política. Então ele me dá os atestados e lá em casa fazemos campanhas para ele!"Você já viu carioca ficar assustado? Pois eu vi. Então vamos às falas: Nosso país precisa ou não ser todo repensado? Os políticos, seja lá de que partido venham, tem que ter a vida levantada e monitorada em todos os aspectos. Só assim aparecerão caras novas e, talvez, mais honestas. Em tempo, essa será a última eleição que terá meu voto compulsório.


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