sexta-feira, 8 de novembro de 2013

OUVIR ESTRELAS



Lembro do soneto de Olavo Bilac e fico pensando que na sua época era realmente possível ouvir estrelas, mas hoje, decididamente não. Começa que nos dias atuais a poluição das cidades grandes nega ao cidadão ver a cor do céu. Depois, estrela é o nome que se oferta a pessoas que trabalham nos palcos da vida ou visam exclusivamente "aparecer" para, no devido tempo auferir os rendimentos desse estrelato, seja do tipo "voto", seja do tipo notoriedade mesmo.

 " Estrelas" muitas vezes se envolvem em ambientes sórdidos ou viciosos. Há algumas que, às custas disso fazem mal apenas a si mesmas, veja-se o número de astros que morrem de overdose, assim como Michael Jackson ou Elis Regina, ambos muito bons na arte, porém fracos para agüentar o peso da fama. Outras, conseguem apenas ser ridículas, como nos tem mostrado  Luiza Mel, uma das promotoras do incidente dos ativistas da causa animal, que acabo de ver num debate contra a diretora do Instituto Royal. Bilac, tinha dotes de sensibilidade para invocar o som das estrelas verdadeiras. Entre os ativistas da causa animal, o que falta mesmo é cultura, cidadania, valores democráticos.

Acontece, que pertenço à espécie humana, desde sempre uma espécie onívora, cujo organismo requer alimentos com proteínas de alto valor nutricional (por conter aminoácidos que faltam aos vegetais), carboidratos, gordura, vitaminas, fibras, micro e macro elementos; tudo isso se resume a uma dieta com carnes (vermelhas, brancas), leite, ovos, verduras, legumes frutas e cereais. E,  para seguir uma ativista como a Luiza Mel, também não posso me medicar com nada que tenha sido experimentado em animais, ou seja, tanto minha circulação como os valores de açúcar no meu sangue, vão fatalmente me levar à morte, para alegria de uns e profunda tristeza de outros.

Ouvir estrelas, nos dias de hoje, é tirar passaporte para o mundo da idiotice. Esses astros seguramente não sabem sequer a diferença entre anatomia e fisiologia. Nas faculdades de medicina e análogas, anatomia é estudada em cadáveres de indigentes. Fisiologia depende de organismos em funcionamento, e para isso não podemos imaginar que um médico recém-formado vá fazer uma entubação traquial ou uma anastomose intestinal, direto no paciente humano. Todos os médicos que operam, treinam muito em animais quando estudantes. Entre os animais, estão os cães, suinos e ratos. É um preço alto; infelizmente a vida humana depende disso. Aceitar o experimentalismo e o treino faz parte da ciência em todo o mundo.

Então proponho, por que não lutar pela liberdade da Brasileira do Greenpeace que está detida na Rússia? Já sei, vocês não sabem lidar com a democracia pela qual lutei tanto em minha vida...


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