Pode alguém imaginar que um garoto de 13 anos mate toda a
família e se suicide em seguida?Nos dias atuais tudo é possível, mas eu creio
que a polícia possa encontrar dados que levem a uma conclusão mais precisa. Não
vale precipitar conclusões. No entanto, sabemos muito bem quantos garotos aos
13 anos estão potencialmente prontos a roubar, matar, extorquir, supliciar,
enfim, praticar males terríveis contra o próximo. Basta um desvio de conduta,
uma idéia e uma súbita ebulição dos hormônios ou dos nervos e, pronto, um
garoto pode tudo.
Mas,nem tudo está perdido. Antes, quero lembrar que, neste
domingo, comemoramos o dia dos Pais, e só quem teve um pai presente e amoroso
como eu, pode dizer que, nas profundas mudanças pelas quais passa a família, um
pai pode muito bem significar o equilíbrio do lar. Nem a TV, nem os jogos
eletrônicos conseguem superar uma única palavra de amor de um pai. Por outro
lado, o pai é o exemplo em que se espelham os filhos: É neles que as meninas
conceituam a figura masculina; é no comportamento deles que os garotos aprendem
a ser homens, gente grande de fato.
Há muitos pais que não assumem seus filhos. Assim também há
um vasto número de crianças que jamais saberão quem lhes deu a célula germinal,
e suas mães cumprem duplo papel, auxiliadas por parentes ou amigos. Li um dia
uma pesquisa que chegava à conclusão que eram mais estáveis psicologicamente os
órfãos ou filhos de pais desconhecidos, do que jovens oriundos de lares
emocionalmente desgastantes, com brigas do casal, intromissão de parentes
inconvenientes. Pode até ser que o grupo pesquisado tenha oferecido estes
resultados, mas com certeza não levou em conta outros elementos que fazem parte
da vida da criança, e que se encontram à disposição dela desde que ela põe o pé
na rua e registra atitudes e comportamentos alheios inadequados. Nenhuma
criança ou jovem é isento destes contatos, mas eles podem ser mediados pela
família. Há uma soberba necessidade de diálogo no lar.
Meu pai conversava bastante conosco. Ele tinha em casa armas
de caça e por isso comprou um cofre forte do qual só ele e minha mãe sabiam a
senha. No entanto, para saciar nossa curiosidade, montou um stand de tiro ao
alvo no fundo da chácara onde morávamos e ensinou um por um como se atirava com
uma espingarda ou como se atirava com revolver. Matada a curiosidade, trancou
tudo e disse: “que jamais um atirador aponte a arma para outra pessoa”. Essas
palavras eram dogmáticas, sagradas. Tínhamos um pai a obedecer e respeitar, sem
medo.
Meu pai foi um grande
pai. Hoje, teria 103 anos. Meu marido é um grande pai.Espero que meu filho
também o seja. Então, que Deus abençoe todos os pais que dispõem de tempo com
seus filhos.
Meu pai e, abaixo, o pai dos meus filhos
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