quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ELEIÇÕES? VALHA-NOS DEUS



Irei votar só porque sou obrigada. Penso que o voto compulsório é absolutamente contra a liberdade pessoal de se abster, pelo menos nesse sistema que aí está. Não gosto de participar desta “festa da democracia” mesmo porque nada vejo de festivo num ato que acaba dando no que deu o processo do famoso mensalão. Ontem, ao fim da tarde, eu que acompanhei todas as sessões do Supremo Tribunal Federal, vi um Deputado Federal da cidade, que teve por aqui mais de dez mil votos, ser condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Me parece desalentador que essa condenação “unânime”, diga-se de passagem, seja também uma condenação aos dez mil mogianos que votaram no cidadão. Será que não sabiam antes, pelo histórico do moço, que ele já devia estar na cadeia a muito tempo? Assim, não vejo que eleições possam ser uma festa. Ao contrário, são momentos que deveriam exigir muito equilíbrio para evitar vergonhas como essa que passamos nos últimos dias.

Gosto da Dilma; isso não me faz gostar de seu antecessor no Planalto. Como podem perceber, não é uma questão de partidos políticos. É mais uma questão de pessoas. Alguns políticos de determinadas agremiações são corruptos; outros não. Então, não me sinto à vontade para falar de partidos, pois, o povo não conhece a cartilha programática dos partidos e, menos ainda, quais as funções dos eleitos.

Daí, termos outra vergonha. Viram há duas semanas o encarte que o Mogi News publicou sobre as ações dos vereadores da cidade? Foi o mapa da inépcia, do uso do cargo público para lustrar o ego de algumas pessoas, enfim, de aproveitável, quase nada.

Dentro deste sistema compulsório de eleições, todos deveriam saber que os eleitos não passam de pessoas – tipo funcionários – que são serviçais da comunidade. Assim, o trabalho tem que ter um retorno condizente com o salário que recebem. Então, o Prefeito é o gerente de execução de obras e os vereadores são os proponentes e debatedores de tais obras. Eles recebem salários vindos de nossos impostos, e a cidade recebe verbas vindas dos recolhimentos estaduais e federais. Daí, é fácil concluir que compete aos dirigentes municipais apenas propor e debater as prioridades do município. Não é isso que temos visto. A cidade aumentou muito e, com ela, suas carências.Assim, estamos agora num período de exame de consciência.

Da lista de candidatos a vereador, vi uns poucos nomes respeitáveis, cuja história conheço bem. Um deles será agraciado com os votos da minha família e amigos, o que não nos autoriza a pedir absolutamente nada em troca. Basta-nos que cumpra sua função, se eleito.

Agora um aparte. Porque sou contra o voto obrigatório? Sou contra pois a forma de eleições não expressa a necessidade popular. Acredito que as comunidades, os bairros, as circunscrições deviam se reunir e debater seus problemas e suas urgências. Depois disso, tanto quanto possível, deveriam se auto-gerir. Isto é, sou socialista-autonomista. Assim como detesto ditaduras de minorias, detesto também ditaduras de maiorias burras. E, como a crise econômica mundial está pintando por aí, tenho uma intuição solene de que o Sistema estará na berlinda mais cedo do que se pensa. Vai ser bom plantar comida no fundo do quintal. E também aprender qual é o espírito que norteia a Defesa Civil.

QUANDO SERÁ QUE O BRASIL VAI LIVRAR-SE DAS AVES DE RAPINA QUE INFESTAM A POLÍTICA NACIONAL? QUANDO O ESTADO BRASILEIRO VAI PARAR DE ROUBAR-ME COMO CIDADÃ? PARA SER VÍTIMA, NÃO PRECISO VOTAR. 

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