sexta-feira, 9 de março de 2012

INTOLERÂNCIA 2


O Brasil é um país de pessoas tolerantes. Aqui tolera-se corrupção, falta de educação, trânsito perigoso e até malcriação de criança. Tolera-se mendigos e louquinhos pela rua até que algum boysinho meta-lhe fogo, como temos visto atualmente. Damos uns balidos de protesto quando se leva a julgamento pais assassinos ou namorados vingativos. Mas são balidos, nada mais que balidos. Estamos inertes aos demais sofrimentos, anestesiados, e esquecemos tudo rápido demais.
Semana passada falei da intolerância religiosa no Brasil que começa a ter um lado cruel e criminoso. Mas hoje, eu vou sair um pouco da “pátria amada idolatrada salve, salve”, para falar da dupla visão que se pode ter deste mundo afora. E o meu destino é a Indonésia, república criada em 1949, que é formada por 17.500 ilhas onde habitam mais de 230 milhões de habitantes. A visão que temos daquelas ilhas é pasteurizada pela indústria do turismo que nos coloca em primeiro plano Bali, por exemplo, mas não esqueçam os meus leitores que, conhecer Bali é mais ou menos como conhecer New York ou Disneylândia. Os EUA são muito maiores do que pensam os incautos, e o que se pensa nos outros grandes estados de USA é totalmente diferente do modo de pensar dos núcleos turísticos daquele país.
Mas, está aí o Google para se pesquisar, e eu convido os leitores a consultar os inúmeros sites por ela ordenados sobre a Indonésia. Pois bem, não é que a Indonésia, majoritariamente muçulmana, tem lei de tolerância religiosa mas decapita os que se opõe aos costumes com crueldade infinita? Está lá, no Google, procure, Indonésia decapitações. Para quem gosta de terror, há fotos escabrosas com cabeças sendo decepadas cirurgicamente numa mesa que lembra a de laboratórios ou necrotérios. E isso foi amplamente exibido por vários sites, pois chamou a atenção do mundo a decapitação de duas meninas de 12 ou 13 anos de idade, flagradas em masturbação mútua, que eles consideraram ato de amor lésbico. Também foi condenado à decapitação Alexandre Aan de 31 anos por ter escrito “Deus não existe”.
Devido à superpopulação, a Indonésia exporta mão de obra. Muitas mulheres vão trabalhar como domésticas na Arábia Saudita e, aí, quando praticam algo ilícito, também vão à decapitação. Simples assim. Para muitos povos orientais a decapitação é castigo ainda atual. Nós deixamos esses hábitos bem depois da invenção da guilhotina, mas a pena de morte ainda existe em vários lugares do nosso continente.
Na verdade, ainda que saibamos que até entre nós existe a pena de morte de modo camuflado, é lícito pensar que ninguém pode tirar a vida de outrem sem ferir o princípio da Criação. Respeito é humano, demasiadamente humano.

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