segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Virginia Woolf

Uma belíssima imagem como essa, remete-nos à obra da escritora inglesa Virginia Woolf, que viveu de 1882 a 1941. Era filha de um casal, ambos casados em segundas núpcias, e fazia parte de uma prole numerosa, somados os filhos novos aos dos casamentos anteriores dos pais. Virginia virou uma espécie de ícone das lésbicas da segunda metade do século XX, por sua vida afetiva tumultuada e alguns envolvimentos com mulheres. Foi todavia casada com um editor - Leonard Woolf, ainda que esse casamento tenha lhe valido medos e internações por depressão. Lendo os biógrafos da autora, é possível atribuir a ela mais um quadro de machofobia do que de homossexualismo. A melhor biografia de que dispomos de Virginia , foi escrita por Nadia Fusini e leva o nome "Sou dona da minha alma". Nadia escreveu essa biografia a partir da sucessiva análise das obras produzidas por Virginia, e essa autora escreveu demais... Perfeccionista das letras, fez parte do grupo de Bloomsbury, artistas, escritores e intelectuais que significavam para Londres o que Paris conheceu com Picasso, Dali, Modigliani, Gertrude Stein e tantos outros.

As obras de Virginia Woolf tem muito de referência à sua pessoa. Ela leva para os enredos e construções literárias, experiências que lhes foram próximas. E assim desvendam-se dores e alegrias, romances e ações ágeis. E, quando o tempo corre longo, ele tras embutido em si um velho sonho. É o caso de "Ida ao Farol", obra que remete à infância dos personagens, quando todos, particularmente os mais novos, esperavam o dia de navegar até o farol, donde o faroleiro nunca saía. Porém, como o tempo não ajudava na travessia das águas, o plano foi sendo adiado, até que a matriarca da família morreu, as crianças ficaram grandes e, chegar ao farol já perdera o encanto que sugeria na infância.

Virginia suicidou-se jogando-se no curso de um rio, em 1941, quando não suportava mais as pressões da Segunda Guerra Mundial sobre o cotidiano de sua vida.

Apeguei-me ao farol porque ele é o guia das embarcações (vidas) e torna o trajeto mais seguro. Quem pode nessa vida dizer que um dia já não procurou a luz de um farol?

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