sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PUK, o gato.







Meu moleque peludo






ANO NOVO , VIDA VELHA



Já se passaram 5 dias desde que entramos em 2012, e a única coisa que mudou em minha vida foi a forma de datar os cheques para pagar contas. De resto, mais nada. O peru do Natal tinha gosto de peru e o chester da Circuncisão tinha gosto de galinha metida a besta. Mas ambos estavam recheados de farofa, houve até quem sugeriu cerejas para enfeitar. A turma que gosta de fios de ovos babou. Resgatou-se as toalhas vermelhas e a cara sorridente e imbecil de Papai Noel. Mas, na virada do calendário, São Pedro não perdoou. Fez cair tanta água dos céus que molhou até as calçinhas e as cuecas dos comemorantes de rua. Estava mesmo mais cômodo assistir a queima de fogos na TV do que ficar na varanda a ver o foguetório do populacho carecendo de um Viagra para dar uma cara melhorzinha. E, dormir, foi a redenção. Sono abençoado, uma agüinha caindo do telhado, uma coberta gostosa e um reparo físico delicioso.
Os mais ousados foram para a praia. Horas de viagem para atingir cem kms. de distância, casas mofadas, enfim, bebidas, alegria, alegria! Como o primeiro dia do ano caiu num domingo, no entardecer era hora de voltar, afinal o mundo do Capital não perdoa ninguém. E por ser ano de eleições, o governador de São Paulo foi de “extrema generosidade”, dando a manhã de segunda feira (desde que reposta, naturalmente), para os funcionários públicos descansarem da esbórnia e retornarem ao serviço na segunda de tarde, a fim de trocarem suas majestáticas impressões de mudança de folhinha. Então, começa tudo de novo. Trabalho, obrigações domésticas, limpeza da sujeira que ficou do feriado, varrer a laje onde se fez a batucada, olhar com cara feia para a vizinha que reclamou do barulho, levar os cães assustados pelas bombas ao veterinário... mas agora não é tarde para pensar nisso?
Esse ano eu dedico minha passagem aos pobres animais de estimação. Onde estão as capengas Sociedades Protetoras dos Animais que não pensaram nas maiores vítimas dos estrondos da noite? Calaram? Já sei, eles só enfrentam gente fraca. Não enfrentam torcidas loucas de futebol nem festeiros de fim de ano. Covardes.
Trouxe meus animaizinhos para dentro da casa, deixei que se acocorassem, acalmassem os batimentos cardíacos e comessem pão de mel, coisa que tanto adoram. A nós mesmos, apenas esperamos a segunda feira. Os bichos podiam voltar livres ao quintal e nós reiniciamos nossas tarefas de pagar contas, o velho castigo bíblico aos que ganham a vida com o suor do corpo e às que sangram todo mês e parem seus filhos com dor e insegurança da precariedade dos hospitais. Desejo aos amigos que tenham força para continuar cumprindo suas obrigações com dignidade, mesmo que muitos nem sequer o reconheçam!!! ivone.