terça-feira, 26 de maio de 2009

Mia Couto

Um dos autores contemporâneos que tem feito a minha cabeça, é , sem dúvida, o moçambicano Mia Couto. Cabeça boa, estudou medicina, biologia e tornou-se ambientalista, daqueles que suja as botas para examinar a desordem ecológica dos sítios. Seus livros vem sendo editados pela Companhia das Letras, a editora que fareja os melhores talentos do mundo.
Pois eu amei Mia Couto. Seus romances, todos tem como cenário as terras de Moçambique. Variam contudo os dramas humanos, ainda que o cenário da devastação das guerras coloniais seja onipresente. Mistura os naturais da terra com os vindos de Goa e os remanescentes lusitanos. Belas obras. O outro pé da sereia deixou-me com o sabor de um inconsciente coletivo que pouco se movimenta entre cá e lá. Frente a tantas incertezas, melhor retirar-se ao exílio da terra calcinada onde apenas as cabras insistem em balir. O longo período histórico que abarca a montagem literária, apenas nos oferta a medida da insignificância humana.
Mas é pela humanidade que luta e escreve Mia Couto. Da terra, ele é um dos grandes. De África, até pouco tempo tínhamos Karen Blixen e Antonio Olinto. Hoje, Mia, o escriba branco, rende-se à magia ancestral para buscar a redenção do Homem.

Nenhum comentário: