segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Credo

CREDO

Não creio em Papai Noel.Menos ainda em Adão e Eva. Li muitas cosmogonias, a judaico-cristã, a greco-romana, as orientais, as iorubas, as guarani, a quéchua, etc. Para mim, a Bíblia tem valor histórico e antropológico. Também é divertida. O livro de Jó e os dois Macabeus são hilários, mas cada um tem um sentido doutrinal em suas intenções que me irrita muito. Jó é a consolidação da idéia da culpa, tão bem expressa na aposta de Papai do Céu com Lúcifer (eles também eram competitivos e se divertiam). Macabeus, extirpada de algumas versões bíblicas, é a apologia da Guerra Santa, esta mesma que atualmente tem deixado o planeta aturdido. A enorme frigideira que fritou os filhos da boa monoteísta porque não queriam sacrificar aos deuses pagãos, é digna de um filme de Buñuel ou Pasolini. Nem Bosh chegou tão longe em seu precoce surrealismo.
Também não creio em cirurgias plásticas e em cremes anti-celulite. Não aceito Ratzinger apesar de ter pelo Padre Vicente a maior admiração e respeito. Odeio pastores que lavam o cérebro de seus fiéis enquanto lhes esvaziam as carteiras, seja lá de qualquer seita a que pertençam. Assim também odeio os fazedores de viciados porque enfraquecem o poder de raciocínio das gerações futuras. Detesto Bush e a arrogância norte americana, tanto quanto todos os facistas, entre eles Hitler, Stalin e congêneres.
Mas acredito no ser humano. Creio no livre arbítrio e no bom senso. Amo as pessoas com quem vivo, creio nos discípulos que formei para a liberdade e soltei pelo mundo. Eles tem se revelado melhores que eu. Creio na imensa capacidade de recuperação dos aflitos,principalmente se tem ao seu lado gente de cara limpa. Creio na inabalável relação causa/efeito, em todos os assuntos que dizem respeito aos homens, aos animais, à natureza e ao planeta. Creio no amor ao próximo, porque creio no amor. Creio na meditação, na beleza do tempo que passa e transforma. Creio num mundo melhor, mesmo que se chegue a ele através de um caminho repleto de sofrimentos. Creio no ser humano, Amem.

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